
De velas paradas baloiça um barco
Amarras à ilha, preso ao nevoeiro
Nunca serei D.Genádio o arcebispo
Não sou descobridor, na chegada, primeiro
Afrontei os deuses do Olimpo
Conspirei com Athena, Hera e Apolo para destronar Zeus
Mas ele era rei dos deuses
E acabei enredado em sonhos meus
Sonhei com um rodopio macabro
Ouvi um silvo de ave rapina demolidor
Fui animal de uma criatura bela
Dei a alma e corpo ao desamor
Ouvi o som da maresia
Mesmo ao cair da noite
Um canto chamou por mim
Num rumo de boa ou má sorte
Mil archotes rasgaram o negrume da noite
Senti o som do mar bater no casco do meu barco
Cedi ao encanto do canto de uma sereia
E acabei trespassado pela seta de um arco
E sonhei que era trovador e cantei
Porque entras na minha alma e soltas este fervor
O que tens para me dizer
Diz ao sonho por favor
…E parti para o alto mar numa manhã submersa de neblinas
Ficaste tu na ilha nesta manhã de luz fria
Na lonjura vi um desenho de cruel ironia
E um deus do mar que de mim ria
A noite terminou abruptamente no dia
Passei a mão nos olhos para soltar os sonhos de contradição
No meio deste oceano profundo e imenso
Em sonhos viajei…Na Viagem da Minha Paixão…