
Manhã de cinzenta neblina
O Sol adormeceu na noite
Este dia corre em agonia
Este desencanto, esta nostalgia
É tão triste combater o destino
É tão insensato amarrar o coração
É tão cruel atirar fora a ternura
É tão estupido viver na sombra da solidão
Pessoas…!
Apenas pessoas de cabeça perdida na dúvida
Tenho pena de muito poucas vezes gostar
Aflige-me o amor, sentir amar
Pessoas…!
Vestidas de infinita crueldade
Tenho um sentido, uma rua nesta vida
Tenho arroxada no peito uma saudade
Pessoas…!
Ingreme enseada de duras palavras
Orgulho sem fulgor cego, solitário
Ribeiro furioso correndo ao contrário
Poeta…!?
Não sejas tonto, pateta
As pessoas são isso, são assim
Algumas confundem o começo com o fim
Por isso é tão triste combater o destino
Tão triste voar sem rumo ou encontro
Deixar de sentir a força suave de cada maré
Ser árvore, morrer de pé
Mas sou feliz…!
Porque dentro de mim há uma razão abrasadora
Há uma inquestionável verdade nua e resplandecente
Há uma esperança viva, não quero que morra
E há tu, e tu, e tu e tu…nada!
Gaivotas, pedras, ilhas perdidas
E há um Mundo que criei para plantar verdades
E há tristeza tanta…Vidas Indecisas…