
Se uma estranha alucinação te assombrasse
Se como uma árvore te conquistasse junto ao teu lugar
Se nunca mais anoitecesse no reino das criptomérias
Talvez a luz do dia te inundasse com o amar
Persigo o brilho dos felizes sonhos ao amanhecer
Não é pecado sentir mais para além do amor
E de repente tombaram as paisagens sobre a Lagoa
E em breve instante recolhi do Inverno uma singela flor
Dei pequenos passos no sentido da Lua
Perdi-me nas fronteiras do teu divino corpo
Só tu e eu enlaçados em viagem perpétua
Este poeta do clube dos poetas mortos, fingindo-se morto
Pois, o poeta é um fingidor...
Suas palavras são papagaio de papel de seda a planar
No seu peito mora a lucidez dos espelhos
Em sua alma mora a espuma inquieta do Mar
Vem, ou deixa-me morrer com a tua lembrança
Deixa-me ser gaivota em manhã cinzenta de neblinas
Mas diz-me coisas sobre as tuas tardes de saudade
Diz-me sem dizer onde mora a tua verdade
Imagina-me no centro dos teus sonhos felizes
E se fosse-mos apenas aves sobrevoando todos os horizontes
Vem e sorri no canto possível do reencontro
Vem, como se partisses para sempre e me esquecesses nas tempestades
Veste este céu no teu corpo de fêmea
Sara teu corpo ferido por um amor com sede de infinito
Abre as janelas que fechaste um dia no desencontro
Deixa-te cair nua nas asas do vento e solta este abafado grito
Murmurante noite no encontro das madrugadas
Escuto nos teus cabelos as ondas do Mar
Como não consegui convencer nossos corpos a estarem eternamente abraçados
Sim, é possível escutar as ondas a passar
Há um lugar onde é possível construir uma casa
Habitar o tempo e cultivar o amor
Há um lugar onde se semeiam verdades e se acalmam tempestades
Onde só existe harmonia e...OS NOMES NÃO TÊM COR...