sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
MARÉ DE FOGO
Cheguei ao lugar onde se cruzam as palavras
À casa dos desejos que ninguém acreditou
Sentei-me numa cadeira inventada
Aprisionei meu pensamento e aqui estou
Aqui estou no limiar do credo nas pessoas
Na condição de justo vestido de injusto
No rosto uma máscara inventada por alguém
Arrochando ao peito a razão a muito custo
A poesia às vezes sabe-me a porcaria
As palavras a uma estúpida melodia
As convicções a um negro céu em ironia
E tu a uma farsa que me pareceu magia
Quando digo tu, falo de mim, para mim
Nada de confusões nesta indigestão poética
Hoje a musica sabe a desafinanço enlouquecido
Gerado numa alma patética
Pois é, palhaço ou profeta
Escolha lá se faz favor meu senhor
Umas vezes sou o génio cá da rua
Outras um perfeito estupor
Um anátema preso num baú
Um actor mudo que chora de si
Uma comédia de enganos menor
Um ir, voltar, o longe, o aqui
Conheço todos os verdes da ilha
O lado escuro da maravilha
Uma saudade que se perdeu com a idade
Uma aurora que morreu de velha
Conheço também uma história engraçada
De um homem que durante toda a vida não disse nada
Quando morreu não soube onde era o céu
Ficou na ilha como alma penada
De penas pois se vestem certas almas
Uma verdadeiras, outras um logro
Dormitei para aí cerca de um minuto
E acordei nesta…Maré de Fogo…
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10 comentários:
Na penumbra... sonhos!...
De contornos pouco claros,
de traços indefinidos...
estados de alma pintados,
ao sabor das emoções
que brotam da alma,
fervilhando
sentimentos antagónicos.
Como definir o que o coração sente,
quando a razão não acompanha o sonho ?!
Beijo duma MisteriosaMente A.A.A.
No expressar a magia do viver...
Abraço, Célia.
As auroras morrem de velhas quando nos questionamos sobre a nossa identidade: não há que questionar...há que VIVER!
Te abraço, meu bom amigo. BShell
E nessa maré
todos estamos!!!
Lindo mesmo!
um abraço!
Juliana
...Brilhante...
"...e nesta maré de fogo,
me vi incendiando tudo.
Minha alma presa na poesia,
nao conseguiu terminar a melodia.
As vezes, sou poeta dissimulada,
tambem sei ser criativa.
Busco as minhas inspirações,
nas várias musas de minha vida.
Num cotidiano cheio de mentiras!"
Adorei e acabei por interagir com teu poema, desculpe...rsrs..abraços
O poeta jamais deve ser cerceado na sua forma de fazer poesia. Os que desejam isso, deveriam perder os sentidos e não terem mais o direito e/ou dever de ler uma poesia.
Adorei a mensagem dos versos.
Até mais ler...
Helen De Rose.
Mais uma vez me fez refletir no poema deixado em meu blog ainda pouco e no seu aqui. É sempre bom vir visitar seu cantinho.
Obrigada pelo carinho.
Ótimo domingo.
Beijo
Obrigada. Gostei da sua visita e quero dizer-lhe que palhaço ou profeta é sempre um gosto recebê-lo e ouvi-lo.
Grande abraço
Teresa
Caro Profeta
Gostei,gostei,gostei!!!Da poesia que me deixou. Senti-a como um presente pelo dia de amanhã (46 anos de casamento)(uma montanha de anos).
Admiro a sua arte,vim ver na integra A Maré De Fogo,felicito-o pelo bom gosto e creatividade.
Beijinho,
Dilita
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