domingo, 25 de agosto de 2013
OLHOS DE NEGRO OLHAR
Latejantes folhas, quente terra, fresca água
Esta ilha respira no doce remanso da eterna maré
Aqui os deuses acordam na madrugada
Uma estátua acolhe os lamentos vindos do nada
Segui a viagem do pensamento
Sou a sombra de uma roseira brava
Entres ruinas a mais pálida luz
Vi um pássaro que no canto trinava o amava
Cresci nesta dormente melancolia
Ausentei-me do meu nome vezes sem conta
Adormeci no dia para enganar a noite
Abracei o inimigo em terrível afronta
Nesta ilha do meu canto
As casas são feitas de água e vento
Nesta ilha aprisionada pela bruma
Serei apenas sal solto na espuma
Nesta ilha ouço os passos chorosos da água
O alvoroço dos pombos no dia do divino
E já vejo talhado o ardente rosto de Setembro
E vi coisas tantas que já nem lembro
Regresso todos os dias de uma saudade
Senti na alma a sombra de Chopin a passear numa ribeira
Lavarei a alma de íntimas e dolorosas feridas
Não quero morar no vale das almas perdidas
Tangida de melancolia correu mais uma noite
Inebriei-me na força de um ritual
Era apenas uma simples oração que não sabia de core
Era mais ou menos, “perdoai-me Senhor, coisa e tal…”
Sinto ainda em, mim a inocência de plantar o vento
Sinto que nunca esquecerei o significado da palavra amar
Nesta ilha as pedras nunca serão brancas
São como…Olhos de Negro Olhar…
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3 comentários:
um olhar para amar..
sempre bom ficar um pouco por aqui..
beijo Profeta e uma linda semana!
Olá Profeta!
Já há algum tempo que não te fazia uma visitinha...
Como sempre a qualidade continua presente em cada palavra, em cada frase, em cada poesia que aqui postas...
Parabéns por mais um excelente trabalho
bj
anacosta
E neste regresso, depois da ausência que o facebook me rouba tempo para me deliciar com as escritas destes espaços nobres, é bom sentir que a poesia ainda resiste ao tempo em que não a li.
Vou lendo aos poucos, e esta ilha é como um paraíso perdido no olhar de quem ama. E lê.
Grata.
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