
Recordações são como grãos de poeira
Algumas, soterrados no fosso da criação
Às vezes é preciso sorrir para mostrar que estamos vivos
Com amor e miolo de branco pão se aquece um coração
Tudo começa num poema
Há deuses que não usam diadema
Tudo acaba quando a boca fica calada
Há palavras de louvor, outras de pena
Uma ilha tem um princípio
Uma cidade mais de mil casas
Um coração sete ou mais janelas
Uma gaivota às vezes recolhe as asas
No alto de uma colina senti a terra respirar
Uma mulher virgem será sempre de um homem só
Um beijo pode ser gesto tolo, banal
Um idiota pode ser uma anedota e coisa e tal
Já vivi numa floresta de palavras tristes
Pelo fio da uma navalha atravessei agruras
Na pele deslizante de uma rapariga madura
O amor escorrega, perde-se, não dura
Este poema ferve como cal viva
Grande troinas é este poeta, não é!?
A canção que hoje me apetece cantar é outra bem melhor
Já chega de lembranças maduras, de dor
Hoje apeteceu-me largar um papagaio de papel de seda
Vieram a mim a cor de longos dias
Hoje vi uma nuvem igual a uma Lua
Hoje naveguei num mar de alma nua
Hoje a loucura tomou a palavra de assalto
Disse tanto e não contei qualquer história
Hoje ao cerrar os olhos por um momento
Passou-me de mansinho a…Brisa da Memória…
2 comentários:
Doce "Brisa da memória"!!! Beijo de passarinho, poeta!!!
Amigo,perco-me em bons minutos saboreando as palavras que escreves...que essa brisa sempre te inspire a continuar.
Beijo e Cheiro!
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