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Para se falar de um homem não há um único nome
Para se falar de um grande homem não um ser insignificante
A este homem têm servido o sabor salgado
A este humilde homem não chega julgar um instante
As pedras desta ilha não têm idade
Estou sentado na pedra onde dormem os séculos
Apetece rebentar na cabeça o silêncio
Agrilhoar o querer quebrar os sonhos
Há uma noite que se aproxima hesitante
Uma rua mesclada de vermelho fogo
Um coração menstruado a verter dor
Uma alma que regressará em flor
Sem fôlego uma criança morre
Sem sol as maçãs serão sempre amargas
Sem crença não há verdade que valha
Sem amor apenas existe um palheiro sem palha
Nesta carne ferida não há florestas novas
No interior carbonizado deste poema
Ninguém descobrirá duas reais verdades
Ninguém aqui aplicará um teorema
A bala dura das palavras
Não quero encontrar mais no alcance
Não quero ser amor a visitar lareira apagada
Eram grandes os olhos de raiva sem razão, nada
Aqui a terra fecha-se de Mar
Fecho-me cada vez mais ao destino
Sonhei com um instante de água fresca
Sonhei com um sincero caminho...
...Onde quero lembrar o espaço provável do verde tempo
O acaso clamando por um novo dia
A explicação das coisas a razão do amor
Uma vida que corre, um querer que não morre, confia
Deixai-me criar epitáfios
Em maldição meu corpo é uma árvore
Gero tantos frutos de sonho e cor
Nem gente, nem a puta da vida sabem o sabor
Nem tu...!
Sol que não adormece na noite
Hortênsia que em rumor me falas
Magia que me embriagas e suave perfume exalas
Sou, serei brinquedo rodando as mãos insanas
Uma voz calada, vibrante ou terna fala que alguém sentia
Serei apenas o que o meu destino ordenar
Não aquilo que quiser...Gente Gentia...
3 comentários:
...Onde quero lembrar o espaço provável do verde tempo
O acaso clamando por um novo dia
A explicação das coisas a razão do amor
Uma vida que corre, um querer que não morre, confia
Nem tu...!
Sol que não adormece na noite
Hortênsia que em rumor me falas
Magia que me embriagas e suave perfume exalas
perfeito para meu coração
Não era sem tempo o seu retorno,e a tua verve continua cada vez melhor!
Não se perca de nós!
Um beijo!
Detive-me um pouco na 1.ª estrofe: um jogo de palavras quase antitéticas para, no meu entender, alertar para o perigo de juízos precipitados, podendo aqui ser referenciado o homem no sentido mais universal ou apenas o sujeito poético. Depois, o sujeito poético despoja-se nos seus sentires magoados, desalentados, acabando por capitular...
Um poema pleno de metáforas e de profundidade.
Parabéns, amigo. Bjo :)
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