
Ouvi uma voz longínqua no vento
Senti o aroma do amor passar perto de mim
Senti sementes de um olhar inquieto
Tão longe, tão perto
Foi uma árida manhã, um dia sem Sol
Atravessei um areal de esperança
Meu barco leva o nome de mulher
Amo e sempre amarei, querendo quem não quer
Absorto na transparência da solidão
Há um lugar nos teus olhos onde habito
Há um recanto sem pranto na tua alma inquieta
E um destino que terá rumo certo
Todas as errâncias e afastamentos são loucura
Há um ribeiro de águas puras de ternura
Há joias de sentimentalidade estendidas no caminho
Há um relógio que marca um chamamento baixinho
Há um segredo e as vertentes de uma paixão
Ondas de beleza no afago, fascinação
O ar libertou hoje o odor de sonhos passados
Não há longe nem distância para um coração
Venho da dor no regresso de uma saudade
Venho lembrar que há apenas uma real verdade
Liberto meu grito nas fundações da luz
E peço paz e um milagre de amor a uma santidade
Esperei por algumas palavras
Atravessei isolados terraços da incompreensão
Plantei ventos, colhi desenganos
Pintei a prima obra com as cores da paixão
Tudo isso para falar de uma singela emoção
De uma vontade que ficou em ti contida
Cerrei os olhos e iluminou-se minha alma
E vi no me céu uma...Garça Perdida...
1 comentário:
No envolvimento com a solidão, muitas vezes deixamos de sentir lugares e emoções que habitam simplesmente "olhares".
Abraço.
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