sexta-feira, 18 de julho de 2014
A PROCISSÃO DOS LOUCOS
Nos ladrilhos da minha cidade
Não ficaram marcas dos teus pés
Apenas um Sol que teimosamente arde
Apenas uma porta fechada para a saudade
Na minha rua há um cão triste e feliz
Casas desabitadas e outras com aroma de pão
Na minha rua não há muros, nem fronteiras
Gente má, mesquinha, sem maneiras
Há um Homem convencido que é avião
Um caminhante que não toca no chão
Uma bruxa sem varinha de condão
E uma gorda desdentada que só come pão
E há festa sempre que é verão
Um simplório dono da opinião
Uma carro parado por não ter travão
Um vazo de sardinheiras de cor açafrão
Um candeeiro que morreu num apagão
Uma virgem que a um beijo diz não
Um safado armado em lampião
E um Pai que diz ao filho “Grande Rapagão”
Um sonhador sem sonhos que pensa como serão
Uma pedra sem sapato nem tacão
Uma mulher que geme por tudo e por nada sem razão
Um bêbado que chora para dentro de um garrafão
Já chega de rimas acabadas em “ão”
E também de falar desta desinteressante rua
Não concordam que o poeta hoje está pior da tola?!
Bem, sempre é melhor que pintar uma alma falsa e nua
A minha...
Pintei-ma de uma só cor
Apaguei todos os traços do falso amor
Porque de certeza alguém está a pensar ao ler isto: “Olhem este estupor”
Ah...Ah...Ah...
Muito se ri uma manada de flausinas
Ah...Sabem o que são Flausinas?!
São o cruzamento de batatas e meninas
Eu não digo!?
Isto é que é uma desgraça para aqui
Já havia destrambelhados e não poucos
Cá está mais um nesta...Procissão de Loucos...
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3 comentários:
Ó Profeta
está Fantástico este teu Poema!
docemente sarcástico,
sorri
e como flausina que também fui,
ri!
gostei muito da tua leveza de hoje.
beijo.
Olá Profeta!
Uma procissão de loucos, só ela, teria flausinas. Mesmo louca, não consigo imaginar a mistura de meninas e batatas!Mas, enfim, toda cidade tem uma loucura!
Beijos!
Amei!!
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