sexta-feira, 20 de maio de 2016
O ESPAÇO DAS RUAS IMAGINÁRIAS
Há letras que envergonham as canções
Imperturbável não te apercebes
Palavras vazias vomitadas da alma
Então compreendes que és pássaro, voas
Então partes
Como se partisses de vontade
Fugindo ao pesadelo que amanhece
Levando no coração uma prece
Já ouvi passos apagados
Línguas retalhadas
Longos sons que não dobram
Já ouvi o canto das mal amadas
Já ouvi uma criança chorar e chorei
Já ouvi um pedinte pedir amor e amei
Já parti o pão em metades e dei
Já te pedi perdão e a ti perdoei
Já me perdi no mar
Já mandei a raiva calar
Já te disse que te amava
Mesmo ao dizeres que deixaste de me amar
Sabes?!
Talvez seja o canto do surdo
Talvez o sorriso de um mudo
Talvez seja o encanto do louco
Tu sabes!...
Que sou capaz de vencer animais marinhos
Invasores dos suspiros incontroláveis
Também sabes que vivo onde as gaivotas fazem seu ninho
Já pensaste?!
Que uma ilha tem sempre o mar girando em volta
Que o amor só é amor
Quando percorre todos os caminhos da dor
Este sonhador de uma manhã de versos
Com a saudade nas mãos cansadas
Percorre no teu encontro
...O ESPAÇO DAS RUAS IMAGINÁRIAS...
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2 comentários:
É verdade poeta, uma ilha tem o mar em redor. Quem habita uma tem forçosamente que saber vencer monstros marinhos e animais fantásticos que as brumas dos tempos pintam nas memórias intemporais.
Quem habita uma sabe de cor os tons das auroras e dos poentes, sabe de cor os cambiantes das tempestades no mar, das espumas encrespadas e das águas raivosas. E sabe a cor mansa das lagoas e das flores a dar um novo rumo à vida.
Belo poema, em ruas imaginárias e tão tuas.
Beijo de luar
Olá:
As ruas depois de imaginadas podem tornar-se reais...
Beijinho doce
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