sexta-feira, 12 de agosto de 2016
SOMBRAS NOS TEUS OLHOS
Espalho sem rosto todas a mágoas
Esta manhã de sabres de fogo
Perdi-me de ti no campo da memória
De repente é noite nesta doce história
Ah como é fria e gelada a morte continua
Talvez este poeta seja apenas
Um vagabundo bebendo a vida no canto da rua
Talvez a minha seja uma puta de alma nua
A chama das palavras
As promessas da treta vestidas de peta
Uma palavra que se recolhe amarga
Uma lareira apagada, os dentes que caem por nada
Obrigado, não tem de quê
Ofereço o amor ou deito fora
Rasgo, queimo, ignoro
A fome
A loucura
Um buraco no peito da poesia
Uma alma fria
Laranja amarga
O artista navalhado
O sangue sem cor
Um mar sem sal
Uma mãos em construção
Já não bate o coração
Deixem lá o poeta chorar
Não o oiçam
Ele nem sabe fazer tal coisa
Tem apenas o coração surdo
A dor da voz imensa
O eco das palavras
E se fosse inverno...
Este corpo gelado fazedor de tempestades
Já me mataram os sonhos com veneno
Por acaso chegou o outono de repente
Já me mataram o amor ao murro
Um frio de abismos sem principio
Uma gaivota repentina
As hortências que morrem aos molhos
A...SOMBRAS NOS TEUS OLHOS...
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4 comentários:
como fpessoa disse " o poeta é um fingidor..." mas esta "dor" neste poema do ausente amor, deixa-nos
a beleza dum grito... uma quase certeza, na tempestade dos sentimentos: sombras no olhar, que o tempo há-de fazer passar.
um belo poema, que muito gostei de ler.
Um belo poema que encanta quem o lê. ♥
"Talvez este poeta seja apenas
Um vagabundo bebendo a vida no canto da rua"
Talvez, mas este poema é muito belo!
Beijos.
Para ser muito sincera nem gosto de vir muito aqui,pois eu me perco entre tuas palavras..e encontro meu coração apaixonado....ainda muito apaixonado,...vestia de um palhaço Sejafeliz,na net para chorar de amor...então quando venho aqui me perco em ti...
um beijo em seu coração flamejante
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