quinta-feira, 15 de setembro de 2016
QUERIA SER GAIVOTA
No caminho uma flor pequena apertada
Um a estátua de madeira crua por pintar
Rasgada está a revolta deste homem sem fome
Longe está o amor do poeta por encontrar
Sem frio, apunhalado por uma violência fresca
Há quem viva num ninho sem maçãs maduras e palavras
Há sempre os inimigos dos sonhos com uma navalha na mão
É uma viagem sem rumo amar sem paixão
Não acredito no amor
Nem nos amigos
Não acredito na vida
Estes olhos foram ceifados por uma fúria desmedida
Sem olhos vejo melhor...
Tenho um sonho longo e vazio feito para torturar
Passo sempre numa rua ao fim do dia
Para te dizer que nunca deixarei de te amar
Mas como pode...
Um poetA descrente falar de amor?!
Para uns sou brilhante. Um génio maior
Para muitos um estupor
E têm razão
Todos aqueles que me odeiam
Que me relegaram sem compaixão
Qual é o peso de um altar, a agonia da solidão
Acredito em milagres
Acredito que sou bom, boa gente
Acredito que vou partir um dia deste mundo
Acredito que o farei contente
Fui um miúdo pobre
Fui um adulto rico
Cultivei verdades e mentiras
Fui caçador de estrelas
Morri no mar
Sonhei em terra seca
Nunca encontrei um destino
Não sei se sou assim tão génio ou apenas uma besta
Só sei que às vezes choro com pena de mim
Que já me fecharam muita porta
Eu só queria viver simplesmente
QUERIA SER GAIVOTA...
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2 comentários:
Haverá sempre nos caminhos que a vida nos traça, estátuas frias que a mão do pintor saberá pintar. E haverão trilhos que acabam no mar; profundo e profanado. Mas nunca, poeta, haverá um amor verdadeiro que seja uma viagem sem rumo, ou um amor sem paixão. Isso será apenas um engano com cores de amor... Será uma gaivota de asas quebradas, um sol sem calor, uma noite que se deitou nas brumas do vazio.
Como não acreditar no amor? nos amigos? na vida? Como? Se há corações que batem no peito a rebentar! Como? Se há olhares que cruzam oceanos em busca de novos olhares! Como? Se as mãos estão abertas para receber outras mãos. Nunca há razão no ódio, nem razão no amor; ambos são metades de uma mesma maçã.E cada lágrima que chorares por ti, seja uma pétala de rosa que acalme o coração.
Poeta; doce poeta das brumas....Tu és uma gaivota! VOA!!!!
Beijo de luar
“Morri no mar
Sonhei em terra seca
Nunca encontrei um destino
Não sei se sou assim tão génio ou apenas uma besta
…
Só sei que às vezes choro com pena de mim
Que já me fecharam muita porta
Eu só queria viver simplesmente
QUERIA SER GAIVOTA...”
...morri como tantas vez morro no Mar, como tantas outras me encontro...
O Mar é tudo para mim leito par a vida leito para a morte...
De mim nada espero ou nada esperam, e tudo esperam de mim, vivo em contradições e ilusões, vivo sem saber por vezes quem sou ... uma coisa sei ...queria ser Poeta!
Este poema lembra-me esta música....
Fly away...be free!!
https://www.youtube.com/watch?v=mgkk0Hdwmo8
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