sexta-feira, 21 de abril de 2017
A RUA DAS ILUSÕES PERDIDAS
Num salão mal iluminado
Desenhei pernas de mulher que suspiram
Uma ave das sombras e luzes baratas
Um sonhador andar em quatro patas
Uma pose cheia de maneiras
Um chapéu de coco e sete pulseiras
Para afugentar os espíritos
Apenas os bons
“Não há maus espíritos”!
Apenas gente gorda expelindo um ar cansado molhado
De rendas e suor
Este poeta na boca de gente da treta
É apenas um estupor
E se pensam que repenso o passo
Esperem pacientemente num traço (do Pintor)
Farei uma sangria com alecrim
Sobreviverei ao nevoeiro das manhãs eternas
Embriagado de satisfação e cansaço admito aos quatros ventos
Não aguentar-me nas pernas
Porque sou apenas um pássaro, um pardal
Sem canto, sem penas...
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4 comentários:
Não sei se não haverá "espíritos maus", ou apenas maus espíritos... Sei que há momentos de desilusão e desenganos. De negras horas e navios sem porto de abrigo. Sei que há gaivotas sem ninho e corações sem aconchego.
E também sei que há espinhos e tormentos cravados no carne do Poeta. Faz sim, uma sangria com alecrim, mas acrescenta-lhe canela, cravo e mel. Não permitas que palavras vãs, mentes escuras e corações com fel tolham o teu voo, ensombrem as cores da tua paleta. Não permitas, Poeta. És maior que essa "rua das ilusões perdidas".
Se me permites - não depenes o pardal que tens no peito, deixa-o voar, ele não precisa de se aguentar nas pernas: apenas ter alma para continuar a voar...
oiço um desesperado piar
e o vento num suave sussurrar
agitando
*(agitando)... um cata-vento
afastando fantasmas no seu cantar.
um abraço, poeta.
Olá:
Já cá estou.
Ahhh! Então falta cantar esta melodia poética...
Beijinho doce
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