quinta-feira, 10 de agosto de 2017

SONHO DE COR PÚRPURA


Entre tantos olhos e sorrisos
Perdi-me na solidão das sombras
Procurei uma boia num poço de silêncio
De pupilas secas e ardentes vi a doçura do teu rosto
Rezei sem fé no sol posto
Sem uma voz, um amigo que nascesse num desconhecido
Sem asas numa ilha aparecida em flor
Num verde em constante metamorfose
Este pensamento de madeira crua por pintar
Esta solidão apenas por ainda te amar
Grito de pássaro num ninho sem maçãs maduras
Cinco dedos apertando o instinto crispado
Um poeta passa sempre e morre vivendo
Na sua voz calada ama
Uma mulher imensa que dentro dele nunca se apaga
E esqueço, tudo esqueço levando à testa as mãos
Uma caricia sem sede
Um caminhar sem medo
Uma alma solta do degredo
Um piano enquanto escrevo
Uma emoção, a palavra que abre o coração
Uma flor ou a cor das falas
O fogo consumidor dos dias vazios
A viagem de sete rios
A vertigem de uma emoção que nunca para
num
SONHO DE COR PÚRPURA



3 comentários:

luar perdido disse...

"Um poeta passa sempre e morre vivendo
Na sua voz calada ama
Uma mulher imensa que dentro dele nunca se apaga
E esqueço, tudo esqueço levando à testa as mãos"

Está tudo dito nestas palavras, Profeta; na voz calada, e no esquecimento. Acredito que o poeta passe sempre e morra vivendo, com uma mulher imensa dentro dele que nunca se apaga. Mas que, mal leva as mãos à testa tudo se esvai.... tudo se esquece.... tudo passa.
Continua a sonhar púrpura. Cor de auroras e poentes de verão.

Ani Braga disse...

Bom estar aqui...

Aconteceu um probleminha com a lista de blogs que eu sigo, por isso estou seguindo de novo.

Beijos
Ani

Luadosul disse...

Sempre è um prazer lerte. Quanta emocao! Beijo desde Uruguai