quarta-feira, 14 de agosto de 2013
LANCELOTE
Sentei-me numa cadeira perto do Mar
De gravata comecei uma bravata
Olhos de pálido mel
Minha alma sabendo a fel
Parei a vida
Parei o tempo, malditos tambores
Parei o coração e morri baixinho
Amaldiçoei esta terra dos amores
Desbotei esta máscara de palhaço
Arranquei à unha as linhas de meio sorriso
És tão estupido poeta
És um falhado, uma perversa peta
Bem, isto começou mal
Vamos lá recompor a pena
Pintemos as mais belas metáforas
Este é o tempo das negras amoras
Negro coração, este meu calhau sem cor
Já me chamaram génio, bom rapaz, mau actor
Já me chamaram rei da dor
E há quem contenha na boca a palavra estupor
Larará..la…lará
Eu bem tento domar esta louca caneta
Mas hoje fugiu-me a força, a razão
Ardeu-me a alma, fugiu-me o chão
Esta porta cerrada
Esta ave do mar profundo
Este homem que sente às vezes
Não pertencer a este mundo
Muito bem, não liguem, não leiam este poema
Foi traição da caneta, nem consegui dar o mote
Hoje a sombra engoliu toda a luz
Vi a minha sombra, qual triste…Lancelote…
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6 comentários:
Meu amigo
Saudades de te ler...mais um belo momento de poesia.
Um beijinho
Sonhadora
Delicioso.
Parabéns!
Por vezes a caneta foge-nos de controlo.
Bjs
não adianta ser triste teu poema é belo e tem sonoridade na alma dos teus leitores.
Sempre maravilhoso bravo poeta...
Abracito aqui deixado
Cidália
Gostei muito de seu poema, Profeta!
Aviso que voltei ao O Bem, o Mal e a coluna do meio. Se quiser ler, já há dois textos novos.
Obrigada e até.
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