sexta-feira, 13 de março de 2015
AS MARGENS DO SILÊNCIO
Onde as palavras são mais profundas
Há um coração que pulsa, bate
Preciso construir o dia, um novo dia
Preciso apartar dores deste coração que arde
Preciso devastar a agonia presente
Preciso que a alma não cale o que o coração consente
Este homem já atravessou montanhas, fez um filho
Este homem voa e deixa no mundo tanto presente
Já são vagos os ventos de Outono
Como folhas por escrever jogadas ao silêncio
Serei um fugitivo perdido ao segredo?
O importante é não ter pena nem medo
Hoje não houve pássaros para morder o verde
Será branco a cor do perdão
Esta noite cansada, resistindo ao dia
Esta sorte danada que ao final morria
Então descobrimos que as lágrimas não rasgam horizontes
Que as montanhas não são fáceis de esconder
Que uma ave abre espaços na Primavera
Que ás vezes quero ter, outras não quero ver
E vivemos apertados da alma na paisagem mística dos Milhafres
E vivemos uma saudade tão vazia
Como a caricia serena que nos separa da solidão
E no chamamento ao fugidio amor, atiramos todos os dedos de uma mão
E somos vagabundo esquivo numa esquina da vida
Insultamos os noctívagos pássaros loucos
E com palavras recortadas de bruma
Lançamos rezas ao sal da espuma
Um pássaro risca palavras no céu
Os olhos manietando-se na sombra escura
Um desgosto disfarçado de inquietude e revolta
Uma pedra de basalto negro que no tempo dura
As mãos apeteciam um corpo quente e macio
Este poeta nasceu da maresia das manhãs
Viverei para te amar vidas, um milénio
E plantarei saudades nas... MARGENS DO SILÊNCIO
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1 comentário:
belíssimo, Profeta.
é sempre bom ler-te.
Beijos em teu coração.
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