sexta-feira, 6 de março de 2015
UM PÁSSARO NA MADRUGADA
Uma densa e estranha calmaria invadiu a ilha
Uma rosa breve despontou do verde
Uma cantoria de ave marias inundou-nos a alma
Uma singela saudade ateou-me a chama
Alegria desceu do azul
Já não pranteia este céu de frio Inverno
Há um espaço intermédio entre duas almas
Há nos dias felizes uma promessa do eterno
E há Deus e as divindades
Um mar onde se plantam mil saudades
E há o começo do desenho das memórias
Um lençol branco impregnado de verdades
E há uma menina do Mar
E há mar sempre que acorda a ilha
E há uma melodia em cada silêncio
E há quem diga que nasci com o dom da maravilha
Há também os que me olham de soslaio
Há sempre alguém que nos diz tem cuidado
Há sempre uma espera mesmo no fim da estrada
Há sempre alguém que diz tudo ou quase nada
Tudo isso pensei ao ver uma gaivota poisada em terra
Até pensei ser guerreiro em santa guerra
E porque só tinha espada e escudo de lata
Escrevi na areia a palavra quimera
Grande poeta!
Até metes nojo de tanta rima certa
Não te falta tinta nessa caneta usada e gasta
Deixa lá, há quem já tenha dito, cala-te, basta!
De joelhos se pagam promessas a Cristo
Que olhos, que fé tem esta nossa gente
Quando todas as forças nos faltam
Há um Anjo que nos ampara e diz presente
Serei romeiro em romarias de palavras
Demiurgo de caminhadas inventadas
Rei, mendigo sem castelo ou abrigo
Ou apenas um simples homem que a ternura quer consigo
Que importa, hoje é hoje
O Começo de todos os outros dias
E porque senti-me de alma e fé cansada
Sorri no canto ...UM PÁSSARO NA MADRUGADA...
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4 comentários:
Gostei muito :)um beijo meu. Bom fim de semana.
Gostei muito :)um beijo meu. Bom fim de semana.
E por favor, JAMAIS deixe de escrever.
Romeiro em romarias das palavras... creio ser o destino dos poetas! Lindos versos!
Abraços.
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