sexta-feira, 15 de setembro de 2017
O SILENCIO QUE HÁ EM MIM
Com palavras de bruma percorro a dor escondida
Escondendo as mãos frias
O movimento inquieto dos olhos gastos
O voo livre de um pássaro em Setembro
É um segredo simples
Tal como te amar...
Nunca desmontei a misteriosofia do anoitecer
Nunca entendi certos corações cegos de sem olhos ver
E na madrugada extensa do entendimento da paixão
Senti-te como caricia serena que me separa da solidão
No abraço, a entrega dos sentidos
O beijo percorrendo o teu corpo ilha
O fogo...
Esta vontade inexplicável de continuar aqui
O partir...
Uma chegada de ausente madrugada
Um tonto, vestido de palhaço
Um poeta sem asas perdido no espaço
Entre palavras e pensamentos
Na consciência do silêncio
Viajo á dimensão informe e intemporal
Aprendo a linguagem de Deus
E no murmúrio das árvores descubro o silencio que há em mim...
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2 comentários:
Um dia um anjo desceu numa lagoa escondida nas brumas e na margem, entre as azáleas adormecidas e as hortências a sonhar com esplendores de cor, depositou uma lágrima. Doce como mel, linda como um arco-íris, lapidada e perfeita como um diamante. E voou.
Um dia um poeta, perdido em amores magoados e sonhos sonhados, e não cumpridos, por ali passou; tomou consigo a pequena e frágil lágrima, depositou-a numa caixinha forrada a silêncios e delírios.
Um dia um amor forçou as portas trancadas e as janelas amordaçadas do poeta que, a medo, a custo, a descrédito, aceitou. E da pequena lágrima fez o mais belo poema que encastoou na" dimensão informe e intemporal." para depois "Aprender a linguagem de Deus, e no murmúrio das árvores descobrir o silencio que há em mim"....
Um dia o anjo voltará para ver a sua lágrima e o que o poeta fez dela; oxalá possa ter um hino de felicidade, uma cantata de amor, uma balada de sonhos à sua espera.
Permite-me, poeta; apaga os silêncios que há em ti, rasga a ilha onde encobres os sonhos, faz-te ao largo, antes que venha o vendaval...
Beijo de luar
Muito lindo, parabéns!
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