
Latejantes folhas, quente terra, fresca água
Esta ilha respira no doce remanso da eterna maré
Aqui os deuses acordam na madrugada
Uma estátua acolhe os lamentos vindos do nada
Segui a viagem do pensamento
Sou a sombra de uma roseira brava
Entres ruinas a mais pálida luz
Vi um pássaro que no canto trinava o amava
Cresci nesta dormente melancolia
Ausentei-me do meu nome vezes sem conta
Adormeci no dia para enganar a noite
Abracei o inimigo em terrível afronta
Nesta ilha do meu canto
As casas são feitas de água e vento
Nesta ilha aprisionada pela bruma
Serei apenas sal solto na espuma
Nesta ilha ouço os passos chorosos da água
O alvoroço dos pombos no dia do divino
E já vejo talhado o ardente rosto de Setembro
E vi coisas tantas que já nem lembro
Regresso todos os dias de uma saudade
Senti na alma a sombra de Chopin a passear numa ribeira
Lavarei a alma de íntimas e dolorosas feridas
Não quero morar no vale das almas perdidas
Tangida de melancolia correu mais uma noite
Inebriei-me na força de um ritual
Era apenas uma simples oração que não sabia de core
Era mais ou menos, “perdoai-me Senhor, coisa e tal…”
Sinto ainda em, mim a inocência de plantar o vento
Sinto que nunca esquecerei o significado da palavra amar
Nesta ilha as pedras nunca serão brancas
São como…Olhos de Negro Olhar…
3 comentários:
um olhar para amar..
sempre bom ficar um pouco por aqui..
beijo Profeta e uma linda semana!
Olá Profeta!
Já há algum tempo que não te fazia uma visitinha...
Como sempre a qualidade continua presente em cada palavra, em cada frase, em cada poesia que aqui postas...
Parabéns por mais um excelente trabalho
bj
anacosta
E neste regresso, depois da ausência que o facebook me rouba tempo para me deliciar com as escritas destes espaços nobres, é bom sentir que a poesia ainda resiste ao tempo em que não a li.
Vou lendo aos poucos, e esta ilha é como um paraíso perdido no olhar de quem ama. E lê.
Grata.
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