domingo, 29 de outubro de 2017

O NASCIMENTO DA EMOÇÃO


Chega a tarde ao fim no eco das palavras
Pelo sorriso simples do menino antigo
Pelas sandálias gastas, cansado de caminhar
Agradecido ao louvor de Deus
O amor falso ainda vive no meu pensamento
Um sorriso...
Um doce momento, a navalha
O fogo que ainda consome a pedra
Um coração onde algo medra
Dois corações pelo feitiço da Lua
Uma oração que eclode de uma casa no fim da rua
O tamanho da beleza de um poema
Um poeta escreve sempre de alma nua
Quem será capaz de deprimir a maldade?!
Quem habitará a minha inventada cidade?
Tu, és um caminho que se escolhe
Um barco impaciente amarrado a um molhe
Um coração que Deus acolhe
Por tudo isto
Explorei as palavras no silêncio e...
Sigamos em frente sem nos determos
Como se afinal não importasse mais nada
Como se o amor te desse asas de fada
E porque ninguém manda no coração
Tampouco...O NASCIMENTO DA EMOÇÃO...

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

EM FRENTE A TI


E se fosse inverno
Os nossos corpos fariam tempestade
E se fosse primavera
Serias o meu amor de sina distante
E se fosses um anjo
O amor visitaria as flores do meu jardim
No inverno terias agasalho em mim
Pousavas as tuas asas numa mesa com velas e uma carta escrita
Nela terias escrito o nome de um filho de nome Benedita
Teria a bondade expressa no coração
As mãos suaves em construção
Recolhendo no mundo a hipnose dos sons
Sei que tu sabes que isto é um sonho
Porque tudo o que se sonha se pode sentir
Assim como um punhado de amor esperando o despertar
Caminhando até ao começo de tudo
Na aproximação da noite hesitante
No gesto leve da ternura
Com o sol no rosto
Sabes?!
É amanhã ainda
A cor da esperança não é finda
Semeado o amor brota, floresce e sorri
Assim como o amor...EM FRENTE A TI...


quinta-feira, 5 de outubro de 2017

ONDE A VOZ ARDE


Nas asas de uma sombra obscura
Partiste de mim levemente
A duvida é saber que buscas a sina distante
É saber se partes apenas por um instante
Partimos sempre
Do corpo prisioneiro da vida
Confundindo-se com as montanhas verdes da ilha
Já senti palavras que o meu peito surpreendia
No lugar sem fronteira onde as coisas não fazem sentido
Já cruzei a terra, já inventei horizontes
Já alimentei chamas em noites brancas
No sitio onde ninguém nos espera
Já fui anjo em santa guerra
Nesta vida, parti aos poucos
Como partem os vagabundos, as aves do mar
Cheguei algumas vezes ao amor sem saber amar
Li mil mensagens de salvação
Amordacei o coração
Falei comigo mesmo como fazem os loucos
Salvei-me da dor profunda, morri aos poucos
De mim ninguém sabe nem pergunta
Em mim só há uma real verdade
No fundo da minha alma
Onde a minha voz arde...