
Tenho a garganta rouca de silêncio
Neste abandono cinzento de pessoas
Tenho a alma amputada de crenças
Comigo dentro de mim florescem coisas boas
Nesta ilha as flores são eternas
O verde é lava mansa
Nesta ilha a espera é de um poema ou barco
Nesta ilha abandonei a cor da esperança
Os nomes não têm cor
As almas de mulher também
Os nomes dos sentimentos são mentiras
Há sempre um mentiroso que diz ser alguém
Uma gota de vinho num cálice
Uma navalha cortando um coração
Um rosto virado para o lado da estupidez
Uma palavra de amor perdida no chão
Nascem rugas nas montanhas mais altas
A morte de uma luta, uma flor já murcha
Um papagaio de papel desbotado
Uma criança triste de rosto tapado
Uma janela virada a nascente
Olhos imensos, ausência de horizonte
Uma imensa crença de sonhador
Um barco de papel, navegante
Eu, navegante de silêncios e sonhos
Eu com sangue dos lábios nos dedos
Eu que muita gente quis fazer perder
Eu que nunca ficarei na baia de todos os medos
Eu...
Que não alimento raivas e tenho uma crença formosa
Soltarei o pano das velas deste barco
Nesta...Viagem Assombrosa...
Sem comentários:
Enviar um comentário