
As palavras
Passos súbitos
Batendo ao compasso febril do coração
Uma carícia serena, uma mão
Um pássaro abrindo espaços no inverno
A mensagem inquieta de olhos ternos
Como o sereno beijando o asfalto
Como se o mundo não soubesse de tudo
Dispo-me do calor e da dúvida
Não discuto Deus nem por um momento
Deito-me na pedra e os sonhos esvoaçam
Como o silêncio num crepúsculo lento
Porque as manhãs possuirão a luz
Que iluminará o teu rosto no acordar
O teu, ilha plantada no meio de horizontes
Para em cada voo erguer o grito do mar
Talvez seja um pássaro breve
Habitando as árvores da noite
Talvez seja o amor interrompido
Talvez a espera do sentido...
...De ti
Para escrever páginas de um novo dia
Num tempo de sentimentos
Como se afinal não importasse mais nada
Talvez te pareça uma ave estranha
Rumando a norte cansada do sul
Riscando as nuvens em silêncio
Neste meu céu que pintei de azul...
...Para ti
Sigo as constelações dos teus olhos
Não olho para trás, abraço o adiante
Caminho abrindo um caminho intolerante
Cruzo os teus passos
Olho-te como quem as saudades abraçam
Sabes o amor não se inventa ou detém
Está no coração...QUANDO OS ROSTOS FALAM...