
O coração
De tudo o que se pode sentir
Não há sol que valha a solidão
Neste cais sem barco pronto a partir
A chama das palavras
O caminho das horas transparentes
Cerne impercetível do papel branco
Um acaso de amargos presentes
Estou escaldado de ternura
Por isso e pelos versos que me denunciam
Pelos longos sonhos de um menino antigo
Serei sempre a forma do amor contigo
A sede que se sente
Quando a injustiça nos aperta a alma
Um frio de abismos sem principio
Uma gaivota repentina
É pela força do poema
É pelo grito de quem não se quer vencido
É talvez pela tua distância
“É esta vontade de amar contigo”
Um silêncio que devasta o coração
Este esperar na dor da ferida
Este querer baloiçando no infinito
O acaso clamando um novo dia
É um tempo
De ventos fortes e mares estranhos
Meu Deus, deixai-me construir
Um ruído mudo de silêncio sem o coração partir
A entrega dos sentidos
Escondendo o segredo das penumbras
As palavras ditas que me chamam à realidade
A mentira cruel que afogou a verdade
A matemática da vida
Um número de cor, de teatro
Uma volta ao acaso de triste comediante
Faz se puderes...A SOMA TOTAL DE CADA INSTANTE...
3 comentários:
Todo momento é transformado dese sentir...que devasta ou constrúe.Son os mesmos actos feitos realidade.
Un cordial saúdo.
Oi Profeta,
Uma poesia linda, digna de aplausos. Um verdadeiro poeta.
Adorei
ABÇ
Minicontista2
A soma total de cada instante apenas pode ser feita pelo coração amante, sedento ou magoado. Só "sentindo intensamente" e desta forma profunda de um "amor contigo" se pode obter uma soma total de cada momento docemente vivido e dolorosamente visitado.
Belo poema como sempre. Tens um dom único e inigualável Profeta (poeta) das lagoas.
Beijo de luar tecido
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