quinta-feira, 20 de julho de 2017

A CATEDRAL DO MAR


A palavra beijando o papel branco
Nem sempre há luz para o inicio dos gestos
Nunca é tarde para amar-te
Enquanto meus pés comerem a distância a Ti...
Um corpo cansado, o suor da lágrima
Uma oração, acesa chama
Os invasores do verde, a pele tenra da ilha
O despertar das hortênsias
O rumor das buganvílias
Uma criança que vem ao mundo com as mãos vivas
Cheirando a mar, a peixe a terra
Árvores infinitas beijando o céu
Uma noiva feliz retirando o véu
Abençoados sejam os justos
A ultima vez de chorar
A primeira vez de orar para te chamar
Já pedi ao coração:
Não me deixes aqui compondo a solidão
Levem-me pelos prados numa correria louca
Pelas manhãs de águas mansas e flores eternas
Para longe da minha distância comigo dentro de mim
“ Nunca quis desenhar um fim”
Num verbo de montanhas componho o meu amar
Dá-me o teu corpo, o teu coração a tua paixão
Dá-me a tua mão e faz comigo um pacto
Na Catedral do Mar...

1 comentário:

luar perdido disse...

"No inicio era o Verbo" - a escuridão da noite primordial.
Assim os nossos gestos iniciam-se com trevas, no interior de cada alma e coração. Depois sobem; sobem como balões coloridos, como gargalhadas de menino frente ao mar que o ultrapassa, mas desafia. Não, poeta, nunca é tarde para amar, nem nunca é tarde para recomeçar. Sabes? basta um QUERER, um querer que vem do mais profundo do Ser. Abençoadas sejam todas as lágrimas de amor, e todos os sorrisos de esperança nascidos "Pelas manhãs de águas mansas e flores eternas".
E que ao teu pedido; "Dá-me o teu corpo, o teu coração a tua paixão, Dá-me a tua mão e faz comigo um pacto, Na Catedral do Mar" obtenhas, como resposta, um imenso e fabuloso - SIM.

Um poema onde ecoam mágoas, desalentos mas também a luz brilhante da esperança e dos sonhos que o Poeta não deixa morrer, que ainda quer, pelos quais ainda luta. LINDO! Jamais percas essa força que vem do acreditares.

Beijo de luar