domingo, 9 de outubro de 2011

ENTRE A PALAVRA E O CHÃO


Estou à espera das estações
Em algum sítio adormeceram os barcos no mar
Nesta vida escolhi apenas o que amava
De uma onda a outra onda vejo, o aqui chegar

Azul mar, frio, ramo quebrado
O beijo que subiu da terra
Tocou-me a alma inebriou-me
Poisei minha espada nesta santa guerra

De todas as verdades escolhi a mais dura
A paz das minhas palavras perdeu-se na tarde escura
A felicidade é uma torre sem cor
A saudade é como a água mais pura

Ouvi uma voz carregada de violetas
Vejo o Sol transportar cachos de luz
Vejo as notas de uma melodia incompleta
Um canto novo que minha alma seduz

Serei um cantador rasgando a madrugada?
Um Arlequim perdido de Columbina
Serei folha caída numa estação adormecida
Ou apenas um buscador de irónica sina?

Não há jaula que prenda a palavra do poeta
Não há prisão para o voar de uma alma em contradição
Não há grilhetas que me segurem este corpo
Não há lonjura que quebre o percurso da paixão

Às vezes pergunto-me o que pensarão
As pessoas que lêem estas minhas metafóricas loucuras
O que dirão desta inquieta e caminhante alma
Que percorre um mapa cheio de procuras

Às vezes…
Sinto que nada sabem de mim em cada opinião
Sinto uma longa e imensa solidão nesta viagem
Perdido…Entre a Palavra e o Chão…

17 comentários:

Simone MartinS2 disse...

"...e se estivermos loucos mesmo? E se a nossa procura esteja perdida no meio dessa multidão, insano e impuros? Como saberemos se estamos sempre entre as palavras, o chão e o ceu? Respostas sem solução, apenas devemos continuar seguindo a voz quqe vem de dentro, do nosso coração, mas sem talvez, perder a razão!\Abraços

Chriis * disse...

"A felicidade é uma torre sem cor
A saudade é como a água mais pura"
Muitas vezes a palavra diz tudo.!
Parabéns por mais um lindo texto.!

Bjoks!

Anónimo disse...

Não sei se tenho respostas pra ti...só sei te dizer que tu és para mim o Maior Poeta de todos os tempos e que teus poemas são profundos e não so retratam a tua doce alma como também as das pessoas que te lêem...
Meus aplausos querido Poeta, eu consigo "ver" o que procuras...
Beijos ternos nesta alma linda de cristal!

Anónimo disse...

É sempre um grande prazer vir aqui...sinto o perfume do Mar...

Unknown disse...

OI TD BEM?
esta rolando uma enquete no meu blog, conto sua participação lá!

http://wwwparedescolloridas.blogspot.com/
BEIJOKAS

Sol disse...

um convite a navegarmos dentro de nós mesmos..

bjs.Sol

LOURO disse...

Espero que te encontres entre a palavra e chão,neste teu sublime texto...

Abraço
Lourenço

luar perdido disse...

Entre as palavras e o chão, entre as águas e o céu. Um poeta é um fingidor, um eterno sofredor, ou uma alma em insana busca?...Quem na realidade nos conheçe?
A resposta talvez se encontre nas delicadas e docemente perfumadas pétalas das violetas.
Beijo de luar

Coruja disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aquarela disse...

Não há jaula que prenda a palavra do poeta em constante procura...porquê? Porquê procuras? Se um dia algum poeta me disse que a vida não é feita de procuras mas de encontros?

abraço

Coruja disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
São disse...

Após tanto tempo, continuo gostando do que escreves.

Saudades.

Labirinto de Emoções disse...

Li e reli, e amei todos elas, há muito que não lia poesia escrita tão do fundo da alma...

Parabens Profeta, voltarei mesmo que seja em silêncio, pode estar certo..))

Labirinto de Emoções disse...

Li e reli, e amei todos elas, há muito que não lia poesia escrita tão do fundo da alma...

Parabens Profeta, voltarei mesmo que seja em silêncio, pode estar certo..))

Serenidade disse...

Como poderemos conhecer, na exactidão, o outro, se nem a nós mesmos conhecemos, em essência?! Neste aquele que diz se conhecer profundamente, possivelmente mente envolvido pelo controlo da sua própria mente.

Serenos sorrisos

OutrosEncantos disse...

é maravilhoso este poema, Profeta!
que bom teres voltado de novo, tão assiduamente!

beijo doce, poeta querido.

EXPEDITO GONÇALVES DIAS disse...

Estamos sempre à espera de coisa que nos falem ao coração.
Belo texto!