domingo, 24 de fevereiro de 2013

ESTE MEU GRITO


A maldade tomou de assalto os justos
Podia dar nome a cada besta
A ironia fez sair da lama seres pérfidos que bem conheço
Alguns sabia que tinham escrito “Falso” na testa

Deixem de manipular
Deixem de vomitar veneno com rótulo de amizade
Deixem em paz quem precisa de paz
Deixem vossas porcarias arruinar a saudade

Quanta loucura, quanta insensata palavra
Um anormal falou-me em lealdade
Lembrei ter sido generoso no tempo
Lembrei ter sido tão leal em dado momento

São tão nojentas certas pessoas
Conheço um manipulador mentiroso que se diz amigo
Pinto todos os dias de branco o negro de certas almas
Abre os olhos! Olha para dentro de ti, acorda! É preciso!!!

De demanda em demanda luto com adamastores
Falsos atores, fabricantes de terrores
Onde estarão vocês quando tudo estiver destruído?
Soltando gargalhadas na cara dos sofredores

Deus vos abençoe e o diabo vos acolha
Serão certamente os braços que vos acolherão
Saberão por acaso meus anormais de merda o que é uma família?
Saberão vocês o mal que fizeram a um coração?

Não sabem!
Sou tão grande perante tão pequenez
Sou tão imenso
Jamais saberão o que penso

Esperarei no tempo que apodrecem vossas almas
Chamo-me Armando e sou homem, não cruel mito
Deixem em paz quem precisa de paz
Abram os vossos nojentos ouvidos a…Este meu Grito…

domingo, 17 de fevereiro de 2013

O MENSAGEIRO


Prendi no olhar a fragilidade da espuma
Inventei um sítio de nadas a que chamei cidade
Fiz o julgamento dos meus fracassos
E recolhi uma verdade servida pela metade

Hoje embriaguei-me na minha solidão
Na morte da lembrança encontrei a saudade
Construi na terra quatro muros de ilusão
Amordacei este grito ao profundo do coração

Serei luz perdida na sombra?
A loucura do pranto e do riso
Uma sinuosa viagem da paixão
Ou apenas um saltimbanco, um ladrão?

…De quimeras me visto
Da bruma faço um lençol de pranto
Ainda me ecoam palavras medonhas
Ainda estou perdido neste mar de espanto

É indomável a vontade do amor!
Mas qual amor? Amar é arrebatamento da estupidez
Há sempre um sítio onde habita o sol do pensamento
Já fui embora, já agrilhoei, já caí de vez

Procuram-me as raízes do tempo
Nascem frutos sem ternura às minhas mãos
Insubmissa é a minha verdade na contradição de muitos
Eu e o vento somos feitiços que moram juntos

Ainda retenho o que existe em ti de infinito
São estéreis os sentires que enganam o coração
Moldei os meus sonhos num deserto abrasador
Não acredito que haja boca que beije o amor

Hoje também partilhei a serenidade
Proclamei a majestade dos céus e a eles subi primeiro
Dei comigo a apensar nas estações que tem um coração
E recebi uma carta sem nada das mãos de um…Mensageiro…

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O FOGO E O FERRO

Está na hora de ser vento
Olhos de milhafre, asas no azul
Está no tempo do rubro das acácias
De um rumo de esperança a sul

Está na hora de ser ar puro
De dizer que sem palavras juro
Está no tempo da mansidão dos sonhos
Do sortilégio, do esconjuro

Por amor criei frutos de beleza imparável
Cada um tem a sina que tem
Cada um tem a força do amor presa às mãos
Os caminhos são sempre de alguém

Estou num pranto comedido
Este céu está tão perto da minha alma
Esta força, “meu deus”, esta incontida esperança
Esta dor que esmorece a chama

Gente sem rosto a bater palmas
No acaso lavrei esta peça sem nome
Nunca alguém saberá realmente o que sinto
Na verdade, alguém terá dito que minto

É noite, já adormeceram os milhafres
A Lua escondeu-se em desprezo
Nem uma estrela me iluminou o ver
Não quero ninguém no abraço, não sinto o querer ter

Amordacei as raivas
As humilhantes palavras numa caixa de cartão
Liberto todas as noites este amarrotado espirito
Tanta frieza tenho sentido em tanta mão

Tanta incompreensão, tanto virar de costas
Nada de ninguém mais quero, abandonei o espero
Consumi todas as crenças e esvaziei este coração tonto
Este corpo açoitado por…Fogo e Ferro…