segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

NAUFRAGUEI


A estupidez deste homem é total
Talvez seja mesmo o que de mim dizem
Agora já é tão grande o coro
Não sei se quero isto ou morro

Morri mil vezes, outras tantas perdi
Perco sempre pedaços de alma nesta caminhada
Mereço grilhetas, cadafalso, uma forca
Não passo de uma insignificante alma penada

Que raio de coisa sou?
Um génio, ou um marginal da vida?
Um bondoso homem que só é mau para si
Uma charada mal contada, uma dor contida


Espero que ninguém leia esta merda
Diria que é mais lixo, gerado por um lixo
Ler será uma total perda de tempo
Como já ninguém lê o Profeta, logo não existo

Ainda bem assim vomito à vontade
Aqui tenho na asneira a liberdade
Aqui não entra a saudade
Aqui sou lixo jogado numa cidade

Vou escrevinhar umas quantas peças
Umas de rir outras de chorar
Acabar dois parvos livros
Vou esquecer-me do que foi o verdadeiro amar

Ninguém ama!!!!
É mentira, uma tontaria
Fui demiurgo desta inconcepta peça
Ninguém morre, aqui o tonto nem é já mais valia


Olá senhoras deste mundo
Divas desta vida e arredores
Esta minha ilha de silêncio
Esta ilha que há em mim...em mim...


Perdoem-me pois, o pecador já pecou tudo
Perdoem-me, sou um anjo mau, um necromante
Perdoem-me que não sei o que faço
E esqueçam da minha vida o restante
Desculpem qualquer coisinha
Apliquem à vontade sobre este corpo a lei
Estou caído, mas levantar-me-ei
Perdi penas, parte da minha alma...Naufraguei...

8 comentários:

Maria da Graça Reis disse...

Eu li.
Quem nessa vida ainda não naufragou?
Viver é morrer um pouco a cada dia.
Pena que está tão pessimista.
A vida ainda pode ser bela e olha que eu não sou a pessoa mais indicada para lhe dizer isso.
E que venha pra você essa tal felicidade que pensando bem, só é feita de momentos.
Beijo no coração

Lucia disse...

tá perdoada.

Sonhos melodias disse...

Profeta, Profeta, Profeta!!!! Naufragar faz parte dessa louca vida! Eu também já engoli muita água. Lindo poema mas que tristeza n'álma meu amigo! Reaja, levante a cabeça e continue a nos brincar com seu lirismo, sua sensibilidade. E sim! Continuarei a ler suas merdas e me lambuzar muito com elas.
Beijo

Ingrid disse...

que delícia de naufrágio Profeta..
afogaste-me em teus versos..
beijo.

maria claudete disse...

caro Profeta,a dualidade faz parte da certeza do existir, todos nós , humanos que somos, passamos por esta turbulência que nos mostra que ainda estamos aqui, queiramos ou não.A comprovação de que o poeta não morre nunca está na evidência dos seus versos e como é belo e autêntico este naufrágio...O Que Mudou? Abraços

Agulheta disse...

Amigo poeta!!!Para além de gostar do poema e palavras contidas,cada uma tem um quê que muitos de nós sentimos, e ficamos numa angústia de naufrágio a cada momento.
Beijinho e /Amizade

Tété disse...

Todos nós temos os nossos momentos de naufragio. Felicidade é sabê-lo salvo. Espero e desejo que agora possa seguir em paz e amor dando graças por conseguir sobreviver, até porque a sobrevivência está quase sempre nas nossas mãos e força e garra é o caminho para conseguir.
Abraço amigo

Odete Ferreira disse...

Ainda bem que li...Gostei e refleti sobre esta mensagem sofrida. Ainda bem que há poetas...

Bjo, amigo.

:)