quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O FAZEDOR DE SONHOS



Há pessoas que vivem como sombras indecifráveis
Há pessoas que permanecem num leito vago
Há uma coisa chamada estupidez, que é um bicho
Arreganha o dente e engole a vida por um trago

Bem não era assim que este poema começava
É setembro e as aves já rumam a sul
O mar por estes dias varre a penedia, já não a beija
Este meu peito, esta minha contrição, este meu céu azul

Esta fonte que me molha a alma
Escorrendo e queimando a terra com a sua transparência
Esta música que o silêncio instaurou
Este homem que tudo deu, que no amor falhou

Esta vitrola ressonante
Um chapéu de coco, um sorriso de menino
Pintei o rosto, de mil cores
Por ter pena de mim, deste meu destino

Este amor que ainda teima em querer ser
Que faz estremecer de silêncio a luz breve
Quem construiu este homem cometeu um pecado
Para quê ser tão imenso quando se é mal-amado

E amo...
Acreditem que sei tão bem sentir este sentir
Hoje até me apetecia falar de pessoas normais
Que viajam num navio de nome partir

Hoje falei com minha Mãe...
É sempre assim, quando estou perdido
Acodem-me os meus Anjos
Disse-me: nunca estas pessoas saberão o imenso que tens escondido

Estarei sempre contigo...
Nunca irão entender que és de Deus um presente
Não importa o que de errado pensam, és uma luz
Tal como a saudade ausente

Há pessoas que são como lamparinas adormecidas
Há anjos, pessoas simples, seres puros, bisonhos
Tu és apenas o demiurgo de uma comédia breve
Um simples...Fazedor de Sonhos...

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