sexta-feira, 28 de agosto de 2015

GUIADO PELO TEU ESPLENDOR


Num derrepente lembrei-me
Dos teus gestos ternos e firmes
De um instante, senti-me como se fosse
Morando no espaço do teu olhar doce

Neste teu fulgor límpido
Escrevendo recusas que o coração contraria
Seja porque seja, vivemos no Mar, menina
Recolhemos na memória o que fomos, hóstia consagrada

Descobrimo-nos a ocultar as memórias
De uma vale qualquer a esconder a teimosia
Descobrimos que não se esconde o querer nem a dor
Que não há distância que mate o amor, quando é amor

Nos estios de planícies cobrindo as hortências
Na voraz caminhada dos dias
Há um lugar no meu coração onde nunca passaram pessoas
Há em mim uma janela transparente onde voas

Talvez seja um invisível habitante
Que percorre vezes sem conta a tua rua
Talvez seja apenas alguém que ama amando
Com o imenso da alma nua

Talvez...
Como se não houvesse mais fronteiras
Como se não houvesse mais sentimentos
Como se fosse possível “ser passado” por breves momentos

Tenho mãos, “dedos que falam de magias e constelações”
Mãos que tocam, não mentem
Poderei pois ser o vento incansável
Que veste a promessa sem parar, apenas por amar

“Haja o que houver”
Olha bem, escuta a tua lembrança
Há mesmo coisas que são para a vida
Não há longe nem distância

Esta não é a crónica de um náufrago perdido
Nunca estarei nos braços de sereia
Nunca estarei preso a qualquer passado
Esta vida não se serve a meia, corre imensa, cheia

Escrevi a escutar no teu cabelo as ondas
A construir sonhos, habitar o tempo a sorrir
Como não tenho bússola nem orientação
Apenas...GUIADO PELO TEU ESPLENDOR...

1 comentário:

Nádia Santos disse...

No meu coração também existe um lugar onde ninguém pisou...
Mas ele há de chegar e será o senhor desse espaço.
Lindos versos... Bjus