
Ri palhaço
No rosto da ardida terra
No traço áspero do silencio
Numa dor que o coração encerra
Derrama o riso
No amor imutável
Partes de mim como profecia
Na lonjura onde o coração se consome na ausência
Sorri poeta pateta
No encontro das tristes garças de Dezembro
Esta ilha foi sempre a minha vida
Trago sementes de água nos olhos quando amo
Na cálida leveza de uma manhã qualquer
Imprevisíveis tempestades, insondáveis esplendores
A incandescência dos anjos no teu corpo de mulher
Aceno-te de longe com um lenço de água, sem magoa
Debruçados sobre esta vida minha
Ondeiam inúmeros clamores, páginas de esquecimento
“Meu Deus, perdi tanta vida na desordem das marés”
Perdi tanto sonho, procurei ser feliz num momento
Pergunto pelo céu que me esqueceu
Com os dedos adejando sobre a solidão
Pergunto por ti...
Tanta pergunta neste pobre coração
Partirei um dia, tudo parte
Neste coração que arde na saudade
Não consigo responder ao eco do meu nome
Aqui perdido nesta inventada cidade
Passarão Natais e coisas que tais
Acordarei sempre nas estações do crepúsculo
Nestas infindáveis agitações, procuro um sinal no pó
Este Natal convidei a minha Mãe, se não vier estarei só
Que importa...
A minha alma mostra-me um templo
Sei que o meu sonho é sempre maior que as palavras
Agora vejo na nudez da neblina a minha viagem no mundo
Estava para ser uma carta de amor este poema
Uma esperança de um destino que nada sei
Um dia terei coragem para escrever
AS PALAVRAS QUE NUNCA TE DIREI
5 comentários:
Como é possível que o Poeta se remeta ao silencio encolhido de uma brumosa manhã de esparso Dezembro? Não, Poeta! Não!
Escreve a tua carta de amor, não permitas que as palavras morram num lenço de água distante e saudoso, não permitas que as pedras do caís continuem a chorar a partida de um navio que deixaste partir por causa das "Palavras que nunca lhe dirás". Há uma vida, uma luz, uma doce aurora por trás de cada noite de negras vestes e Natais vazios. Há um canto de anjo por trás de cada destino que não sabes.
Não, Poeta, não! Jamais cales a voz da tua alma.
Que triste, desencantado e melancólico poema... Deixo-te apenas um raio de luar em forma de beijo para adoçar o caminho....
Beijo de manso luar
Feliz natal e um ano cheio de surpresas agradáveis
Beijinho doce:)
Volto apenas para te deixar os votos de um Feliz e Sereno Natal junto dos teus. Que a paz dos anjos, e a luz do Alto sejam companhia silenciosa, mas muito presente, nesta quadra.
Beijo manso de luar FESTAS FELIZES
Foi assim que naquela já longínqua distância conheci a poesia do profeta.
Aqui deixo transcrita a beleza destes dois comentários.
Talvez o autor já deles não se lembre e, se for o caso, esta memória tem na intensão, o desejo de um bom natal, com um forte abraço:
"O Profeta9 de maio de 2010 às 22:30
Hoje ofereci as cores da minha paleta
A um amiga na sua dor
Ouvi seu choro ao meu ouvido
No fatalismo do desamor
Hoje o sono acordou-me
A nostalgia agitou suas asas cinzentas
Esqueci no acordar o ultimo abraço
E contei as nuvens que eram tantas
Bom fim de semana
Doce beijo
Responder
O Profeta12 de julho de 2010 às 19:53
Esta ilha não tem fortuna
Trocou-a por um curioso mistério
Este irreal e intenso verde
Que inunda o olhar mais sério
Nesta ilha há um beijo na tua procura
Nesta ilha as pedras não têm idade
Nesta ilha as juras são lançadas à maresia
Nesta ilha o sonho é janela da verdade
Doce beijo"
O céu nunca te esquecerá.
Beijinho doce
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