segunda-feira, 8 de maio de 2017

CONTEMPLAÇÃO


Corri, caminhei, orei, chorei
Senti o vento brincar no mar
Vi pássaros a cantar
Vi gaivotas descansando o voar
Não tenho Mãe para oferecer uma flor
Sei que lá do alto nunca me falta em amor
Protegem-se as pedras e a saudade
Nesta vida...
Plantei flores, nasceram limões
Há palavras ditas singelas sem contradições
Quando se diz a palavra amo-te às vezes unem-se corações
Nestes dias, faltou-me sempre a bondade
O cuidado que me fazia feliz
Nestes dias de raiva, maldade e esperança
Nestes dias subo para uma folha e papel
Para tentar ungir palavras de confiança
Pintor, navegador de Mares coloridos
Passos perdidos
Perdi anos, risos, abraços e até o amor
Perdi alegria, ganhei alentos e voei em sete ventos
E quando achei que já sabia e tinha tudo
Descobri que ser feliz só é possível em breves momentos...
E porque este é o tempo das flores
O tempo dos namorados patetas
Deu –me para pintar uma tela “UMA OFICINA DE BONECAS”

2 comentários:

luar perdido disse...

"Quando se diz a palavra amo-te ás vezes unem-se corações" - Diz, Poeta! Sem medo da profundidade do mar sem fundo. Sem medo das negras aresta da lava fria, mas tão bela na sua rude forma, sem medo dos voos solitários das gaivotas ao final de cada dia. Diz! Porque, se não disseres: nem quando achares que já sabias e tinhas tudo, vais descobrir os breves momentos da felicidade.Alimenta o cuidado que te fazia feliz, alimenta a bondade que as flores escondem em corolas silenciosas e discretas. Não tenhas medo de ser "um namorado pateta", porque só uma alma com o dom do amor pinta poemas e escreve telas como esta "Oficina de Bonecas".
Magistral. teu, como sempre
Beijo de luar

mARa disse...

Querido!!
Tão bom voltar aqui e ler suas palavras!!
Bjo