Para e vai ver o mar
Na sensatez do prudente silêncio
Ouve o rumor das via jeiras ondas
Secretamente em segredo
Sou uma silhueta nas sombras
Num mundo sem noite
Imagina-me tentando impossíveis
Para transformar o amor
Tão imutável como o mar
Concede-me a tua glória
Nasce nos meus olhos ceifados
Nasci com os braços do tamanho suficiente
Para te abraçar
É no estio que o coração bate certo
Nesta ilha do tudo tão perto
Tão longe...
Como um barco que foge á vista
Como os pássaros voando na noite profunda
Contemos ao mundo
Levemos em conta todas as distâncias
Choramos porque sabemos
O regresso possível
Sabemos que todas as manhãs os pássaros o canto entoam
Sabemos que o caminho sem sempre tem o mapa do destino
E que...NEM TODOS OS ANJOS VOAM...
2 comentários:
Poeta!
Haverá sempre um abismo feito de ondas e segredos, que separa as vidas dos infelizes náufragos de uma nau que se esqueceu do rumo e perdeu o Norte. O mar traz os cheiros de outras paragens, e de outras vidas - umas sonhadas, outras vividas - outras ainda...perdidas.
Porque queres transformar o amor? Bebe-o, vive-o, absorve-o... E, se o transformares, que seja em eternidade. E. se sabes que o regresso é possível, aparelha a nau, a caravela o simples batel e faz-te ao mar; não temas a noite! Não temas as marés, corre-te nas veias o calor da lava e a força das ondas. Enfeita-te a fronte o vento a saber a sal e pão dormido.
Ouve os pássaros de manhã que o tal canto entoam, e não acredites que o caminho não tem o mapa do destino - tem -, ainda que não queiramos. Será que nem todos os "anjos voam"?
Poeta!
Porque prendes os anjos, as gaivotas e os sonhos ao chão?
Mais uma pérola das tuas mãos.
Beijo de luar
Como sempre muito belo e envolvente...
Beijos com amizade.
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