quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O SANGUE DAS SOMBRAS MUSICAIS


Um bando de pássaros cai do céu sorrindo
Um homem cozeu-se á parede com medo de viver
Vi uma estrela do mar dependurada num portão
Sou um delinquente da palavra que cativa o teu coração
Embriagado de satisfação e cansaço admito ao espírito do mar
“ Que ainda sei, sinto e quero pintar docemente o amar”
E brindo com sangria e alecrim
Visito todos os espaços de um coração vazio
Navego numa calmaria agitada, nos braços de um indomável rio
No olho da cidade um barco navegante
No céu da ilha uma gaivota desce em voo rasante
E eu...
Nesta solidão bailando no infinito
Nesta espera de incontido grito
E eu...
Na espera do improvável preso no tempo
Limpo a água do rosto nas velas dos estais
Apenas porque há feridas que se esquecem
Tal como... O sangue nas sombras musicais...

2 comentários:

Mariah disse...

maravilhosa poesia!
bom dia amigo que sua semana seja bela.

luar perdido disse...

Um poeta não deve ter medo de viver, nem pode apenas percorrer " todos os espaços de um coração vazio". Não: quando ainda diz ao mar " Que ainda sei, sinto e quero pintar docemente o amar".

Que o sangue destas sombras musicais signifique vida! Que seja o latejar, pulsante, de uma veia e um novo voo a sobrevoar a ilha... nem que seja do sonho.

Beijo de luar