quarta-feira, 31 de agosto de 2011
ILHAS DE BRUMA
O vento corre apressado vindo do Mar
Já não oiço as andorinhas nos rochedos
As ondas de Agosto são castelos de sal
Esta ilha é degredo de muitos medos
A ilha recebe as gotas do choro de um deus
As hortênsias adormeceram no barro
Um coração bate triste magoado
Um sentimento no peito amarro
Hoje tal como ontem perdi o olhar mar adentro
Senti um errante aroma vindo do norte
Senti que as nuvens corriam apressadas
Senti que a paixão tem que ser forte…
…No coração de quem sente, sentido
Trovas ficam esvoaçando no tempo
Um beijo sincero pára o relógio
O universo ilumina este momento
Pisei um tapete de folhas de fogo
De pés descalços segui sem rumo
Só parei no meio de nadas
Senti o ardor do Sol quando estava mesmo a prumo
Ah poeta de contida fúria
Marioneta de um deus irónico
Amarrado a cordel fino
Com ar de falso cómico
Descobri que a música é bater de coração de anjo
Que a noite aprisiona o dia em ironia
Que um golfinho é feliz quando se solta do mar
Que o Sol foge envergonhado ao fim do dia
Descobri…
Que a minha alma flutua à noite sobre o corpo
Que viajo sem fronteiras, sem limite
Que um barco carrega a saudade de porto em porto
Neste cais que de negra pedra
O nevoeiro brinca com a espuma
Adormeço no feitiço do vento norte
No verde tapete destas…Ilhas de Bruma…
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11 comentários:
"Eu sou mutante, não sou estática, eu sou de fala mansa, de voz dura, de mãos de fada ou pesadas...Sou palavra, sou silêncio, sou solidão e companhia. Sou mudança e contradição. Sou de praia e de campo, de verão e de inverno...Sou intuição, sou coração, emoção, sou boa, não sou boba. Sou de decisão e atitude, sou dúvida e espera...Sou discordância, mas não implicância...Não sou difícil e nem fácil...Posso ser acompanhada, mas nunca vigiada. Adoro dar risada. Vivo melhor apaixonada...Meus pensamentos são muito rápidos para serem acompanhados, eu comtemplo o mundo que há em mim enquanto estou comigo mesma...Tenho pressa, mas não corro...Tudo tem seu tempo..."
Abraço carinhoso com um pedido de desculpas pela demora na visita.
"Descobri…
Que a minha alma flutua à noite sobre o corpo
Que viajo sem fronteiras, sem limite
Que um barco carrega a saudade de porto em porto"
E que viagem!
Muito bonito!
Um abraço, profeta:)
"Descobri (...) que um golfinho é feliz quando se solta do mar, que o Sol foge envergonhado ao fim do dia." Lindo post.! *.*
Seguir o exemplo do golfinho... que só é feliz quando se solta no mar... sem medos, sem esperas, sem peito amarrado, sem coração triste ou magoado...livre como o vento que nos chega neste poema... que voa apressado no medo ... petrificado ...de chegar a um futuro ... como o sol, no fim do dia, envergonhado...
Adorei !
Lindissimo poema.
Bom fim de semana.
Beijinhos
Maria
Nem toda palavra forma poesia, mas toda poesia toca-se em palavras ...
BELÍSSIMO MEU POETA!
beijos meus!
Fabuloso poema, amigo poeta Profeta. Nas ilhas de bruma...por vezes deixamos os sonhos, neste caso abriu porta à inspiração...mesmo sem as andorinhas.
Lindo.
Saudações poéticas e bom fim de semana.
Beijos aos profeta :-)
um hino à beleza e maravilhas da tua ilha!
lindo, lindo, lindo...
beijinhos
"Ah poeta de contida fúria
Marioneta de um deus irónico
Amarrado a cordel fino
Com ar de falso cómico"....
Quebrar as amarras, atravessar todas as brumas que no caminho nos desafiam... Aí, sim, a Ilha será bela e luminosa!...Ao invés de "degredo de muitos medos"....
Fácil de dizer... difícil de concretizar, talvez... mas, vale a pena lutar pela idílica Ilha!...
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