sábado, 11 de fevereiro de 2012

A DESCRENÇA DE UM DEUS


Nem sempre vemos passar a virtude
Nem sempre a estupidez tem rosto
Nem sempre a saudade dura para sempre
Nem sempre a paixão acaba em desgosto

Cumprimentei hoje um assobiador
Ouvi uma voz cantar a minha música
Abri a alma à emoção contida ao lembrar
Que a escrevi numa tarde de calmaria

Passei por uma criatura de mãe estendida
Há bocas que pedem pão em oração
Há gente que vira as costas de forma tonta
Há gente que tem uma falsa emoção

Há crentes e descrentes
Palhaços, fantoches e foguetes para arraial
Caminho para caminhadas e erva para fumar
Um sentimento de pena que nada leva a mal

Barracas, bandas e outras tangas
Vigaristas disfarçados de gente séria
Professores disfarçados de professores
Uma riqueza que foge à miséria

E há os meninos de coro
Os bestiais que detestam as bestas
Olhos que choram sal sem cor
Peitos vazios de puro amor

Encontrei três anjos no caminho de casa
Um triste, um alegre e outro adormecido
Colhi de uma árvore morta
O sentimento não querer estar contigo

Agarrei na pena e amarrotado papel
E lavrei estes desabafos meus
Descri hoje mais uma vez das cores do Mundo
E vi no rosto de um pedinte…A descrença de um Deus…

15 comentários:

Nanda Assis disse...

sem comentarios.

bjosss...

Célia disse...

Belo e poeticamente realista!
Os três anjos... a miséria e a fome material e de sentimentos e de ética registram verdades nuas e cruas em seu poema!
Abraço da Célia.

pimentinhabm disse...

ele nao cre em seres humanos
sabe que somos imperfeitos, tentando acertar por um caminho
corrupto.

Tété disse...

Por vezes interrogamo-nos, porquê?
Mas os caminhos de Deus vivem da Fé.
E de que "abençoados os que creem sem ver".
Beijo grande
Teresa

Aquarela disse...

Desabafos de um coração sem falsa emoção!

Obrigada pela partilha!
Beijinhos

http://odeclinardosonhos.blogspot.com disse...

Esperança, fé, palavras que ficam sem sntido, quando a vida se nos apresenta despida de todo e qualquer sentimento...
Um beijo

ROGELIA.C disse...

.... A grandeza de um ser humano não está no quanto ele sabe mas no quanto ele tem consciência que não sabe.

O destino não é frequentemente inevitável, mas uma questão de escolha. Quem faz escolha, escreve sua própria história, constrói seus próprios caminhos.

Os sonhos não determinam o lugar onde vocês vão chegar, mas produzem a força necessária para tirá-los do lugar em que vocês estão. Sonhem com as estrelas para que vocês possam pisar pelo menos na Lua. Sonhem com a Lua para que vocês possam pisar pelo menos nos altos montes. Sonhem com os altos montes para que vocês possam ter dignidade quando atravessarem os vales das perdas e das frustrações.
...de AUGUSTO CURY

BEIJO ..

Fátima disse...

Profeta,

E há gente como você que me faz viajar pelo simples fato de unir uma letra à outra.

Beijo meu

Fátima disse...

Profeta,

E há gente como você que me faz viajar pelo simples fato de unir uma letra à outra.

Beijo meu

Beeh M. disse...

Aahn, que belo blog, que lindas postagens! Conte comigo para estar vindo aqui.
Obrigada pela visita recente!

Beijos meus...

oteudoceolhar disse...

De ficar colada ás palavras, a comunhão com a música é sublime.
É por isso que os Poetas são tão diferentes dos "homens"...
Deus...andaremos nós assim tão descrentes?

Beijo n´oteudoceolhar.

Labirinto de Emoções disse...

Nem sempre o que parece é...muitas vezes a virtude mascara a falsidade, mas Amar não é para quem quer, mas para quem sabe...senão não havia tanta gente sem amor e tanta gente mal amada!

Um beijo deste Labirinto, que dia a dia encontra novas Emoções

POEMAS AO CAIR DA TARDE DE CELINA VASQUES disse...

Nem toda palavra forma poesia, mas toda poesia toca-se em palavras...
Te aplaudo sempre!
Bravo!!!

beijos ternos!

MARTHA THORMAN VON MADERS disse...

Real sim, mas tem um lado suave dos belos poemas de amor.Tocou fundo quase me senti um nada perto da alma do poeta, tão perfeito, tão sutil......chorei!

thays carolina disse...

A realidade nos faz crer na dureza de vida, na dureza em vida, na dor profunda e na felicidade distante, distante. A alegria nos cega e, muitas vezes, acabamos esquecendo do verdadeiro valor de uma fé e de uma alegria. A dor cega, também, mas quem disse que não seremos abandonados por esta, um dia? Seja nesta vida impura, pura, inocente, injusta, justa, dolorosa, ou numa dimensão qualquer, desconhecida pelos olhos humanos, meros humanos. Inexplicavelmente realista, há aqueles que ainda sentem a dor da fome e ainda sentem o amor de Deus. E, inexplicavelmente, também, há aqueles que jamais vieram a sentir a dor decisiva, que decide mais um segundo de vida, o último segundo de vida, e não sentem, tampouco acreditam, no amor de Deus. O que seria a fé? De onde ela vem? Como ela chega? Como ela entra? Como senti-la? Eu apenas sei que... a tenho, a sinto e a quero para sempre, em toda minha vida.


Perfeito. Perfeito!
Me fez pensar...
Beijos!