
Este homem, esta ilha
Infatigavelmente prostrado no centro dos horizontes
Aguardando a chegada das gaivotas
Procurando o teu sorriso, por ti no abrir de sete portas
Aguardando certamente um momento
A chegada do mensageiro do amor
Para em cada voo erguer o grito do mar
Num crepúsculo lento pintar o amar
Quem sou?
Um habitante das árvores da noite
Quem és?
Uma sinfonia, um pássaro breve
Falemos de pássaros
Como se afinal não importasse mais nada
Falemos de ti
Como se tudo importasse nesta paixão muda
Esta ave cansada
Ruma a norte perdida do sul
Buscando novos pontos cardeais
Desenhando o teu sorriso num céu azul
Recuando até à portas do céu
Avançando prisioneira do voo na mais profunda altura
Desenhando mapas de sombra com a luz às costas
Com a consciência viva e madura
Às vezes preciso acordar o silencio
Neste meu peito, no gesto demorado
Há com certeza uma lamparina acesa
Há uma divindade olhando por mim de qualquer modo
E há quem diga não amar amando
Não acreditar acreditando
Não querer sentir sentindo
Com verdade mentindo
Sabes?!
Já estive no lugar onde as crianças buscam os sonhos
Onde os pássaros nunca hesitam no romper do canto
Sabes?! Já voei contigo...SOB OS CÉUS MAIS INFINITOS...