sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
SETE VIDAS DE MULHER
É no estio que as palavras ferem o coração
Lençóis de linho, mãos procurando
Escondi um punhado de versos para te cativar
Inventei uma mulher que espantosamente sabe amar
Engraçadinho...!
A liberdade é um bicho
Uma mulher é um bicho
Uma maçã não é um melão
Atoleimado...!
Mais valia ficares calado, dirão algumas
Depois de ler este poema virão milhões de risos
Misturados de sarcasmo, água e raízes
O poeta endoidou, estão felizes?
Escondam a cauda entre seus medos
Devorem o frio à dentada
Porque hoje isto não quer dizer quase nada
Ou quer...!?
Um homem não deve meter colher em mulher
Qualquer, circunscrita do amor
Há quem arranje uma e, seja o que Deus quiser
Pronto!
Foi um momento de humor rasca
Conversa remoída na tasca
Coleira e corrente, basta!
Eu hoje até senti vontade de escrever
Um poema magnifico
Tive vontade de procurar um abraço perdido
Vontade de te dizer amor, fazer contigo
De suspender as flores todas no céu
Desenhar uma nuvem de gaivotas
Meter na tua lembrança um sorriso breve
Abrir na minha alma para ti todas as portas
Estão a ver?!
O poeta já não troca o passo
Isto foi atirar letras e seja o que Deus quiser
Não falei de gatas, apenas das... SETE VIDAS DE MULHER
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
A RAIVA DO MAR
O amor
O meu amor brota
Acima das pragas e das maldições
Guardo soluços e ninhos e uma pena já morta
E vou vendo
Bebendo em fontes onde já bebi
Com pássaros e flores de porcelana
Pinto o rubro de uma acesa chama
Uma rua negra e enorme
Um sonho longo, vazio
Uma mulher tonta lembrando os maios de maio
Um barco subindo um seco rio
E rio
Com lágrimas a contradizer
Entre tantos olhos e sorrisos
Que fazer para te ter?
Cadeiras ensanguentadas de suor
Um bar escuro de gente triste
As pupilas secas, garganta ardente
E um poeta pateta de ar contente
Por isso rio
De mim...
De pensamentos toscos por pintar
Já agora traço um barco para navegar
De papel
Quantos corações tem uma mulher?
Quantos sorrisos são precisos num engate?
Às vezes pega, outras acontece uma treta qualquer
Hoje o poeta não diz coisa com coisa
São assim os homens nos silêncios apunhalados
Nem maçãs maduras nem palavras
Corram com o feitiço, afoguem as mágoas
Com vinho penas e compaixão
Não acordemos os pássaros que habitam a noite
São válidas todas as propostas para voar
Onde a felicidade irreconhecível possa morar
Não perguntem a Deus por mim
Deixem os Anjos na ilha voar
Se quiserem encontrar o poeta
Procurem na...RAIVA DO MAR...
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
O PODER DA ÁGUA
Estou cansado deste inverno e do vento
Da fúria da espera
Deste imenso e rebelde sentir
Do amor, da verdade nele descobrir
Tenho as mãos presas ao coração intacto
Aguardo o regresso da presença de um nome
Como as ondas criadas no interior do mar
Como sal que unge o verdadeiro amar
Concebo futuros com um gesto
Enquanto espero o amadurecimento da distância
Imaginando o intemporal
Numa luta imensa entre o bem e o mal
Trago um nome
Soerguendo-se dentro de mim
Virão assim longos sóis e longos dias
E o eco dele reverbera sem fim
Quem sou...?
Quem és doce e encantado perfume
Apaixonante feitiço
Paixão em rubro lume
Sou ilha perdida dentro de outra ilha
Filho de um Deus que nos torna pequenos
Talvez sejas a fonte da minha saciação
Talvez esteja aprisionado este pobre coração
Esta minha insaciável sede para um regresso
Porque me perdi
Entre a frieza dos homens
Alimentei a alma de Ti
Um choro sem angustia que se esconde
Não me perguntem porque amo, ainda
As flores não morrem no sitio onde venho
Mil vezes silêncio, o poema é sobre uma alma linda
Não quero que o teu rosto viaje
Para longe da minha presença
Não quero que o vento agite e devolva a mágoa
Porque sei que uma lágrima tem...O PODER DA ÁGUA...
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
ESTRELA DO MAR
Venho de um País encantado
Só com uma casa e sete flores onde tudo pode acontecer
Trago as mãos vazias embrulhadas de silêncio
Dou uma flor das sete a quem me ensinar o viver
Venho de um tempo
De árduos amanhãs
De laço e chapéu de coco
Coração triste no estômago um soco
Passou o natal
Passei só e como tal
Tive a companhia dos deuses
Únicos que não me levam a mal
Tive de prenda um saco de vento
Uma dor que decidiu voltar a doer
Tive um tostão perdido em bolso roto
Adormeci e sonhei que estava morto
Acordei por volta de uma perdida hora da manhã
Saí de casa sem rumo nem norte
Fui com os olhos cuidar do azul do mar
Este louco sem eira nem beira, sem sorte
Fui parar a uma praia estranha
Levou-me a noite em seus braços
A lua sorriu zombeteira
Uma gaivota desperta riscou no céu sete traços
Uma luz tomou de assalto seu rasto
Uma frase surgiu como por encanto
Um anjo segurou a irreverencia das letras
“Amor é um monte de tretas”
Não é nada!
Nem precisa da varinha de uma Fada
Eu apenas deixei de acreditar
Que alguém saiba como eu amar
Andei por ali às voltas
Aprisionei todas as horas mortas
O Mar chorava viúvo das ondas da maré cheia
Senti na alma o suspiro de uma baleia
Mirei-me numa poça de sal
Olhei e de espanto perdi o falar
Eras tu a sorrir-me no espelho de água
Vestida de...ESTRELA DO MAR...
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
DOIS ANOS DE SOLIDÃO
Descobri
Que o choro é uma certeza
Não rasga horizontes
Não acalma a mágoa entre pontes
Desmontei a misteriosofia do amor
Num tempo de vazio profundo
Amar é apenas sentir
Fazer parte das cores deste mundo
Pobre poeta
Mendigo dos seus desgostos
Pobre criatura
Insignificante perdido da gente dos mil rostos
Ilha impossível
Onde o amor é pecado
Onde a maldade toma conta da razão
Morre estúpido coração!
Nunca serei um vagabundo com um cão esquivo
Num inverno com gosto amargo do vento
Nunca serei pedra jogada no esquecimento
Esta alma subirá em glorioso momento
Sei quem és
Sei que representas a doçura do sentimento
Sei o que sentes
Sei que no sonho não mentes
Sei...
Tanto, tampouco
Sei saudades
Espero que floresçam verdades
Em Ti...
Que o eco das minhas palavras
Encha um vazio surdo
Que o amor deixe de ser mudo
Começo este ano com a alma em construção
Com as calças de menino antigo
Tenho um sonho fechado na palma da mão
Resgatar o amor do teu coração
Tenho mil sonhos para plantar
Vou recolher a palavra amarga ao coração
Vou abraçar uma ilha perdida
No meio de...DOIS ANOS DE SOLIDÃO
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